Postado por

10
dez
2023

Infinito Particular

Infinito Particular

Quantos FINITOS cabem em mim? Infinitos?

São tantos finitos…

Que já perdi a conta!

Infinitos finitos…

Quantos INFINITOS cabem dentro de mim?

O infinito dos meus pensamentos…

O infinito dos meus sentimentos…

Se conjugam em uma junção perfeita de dois imensos infinitos!

Mas, eles findam bem na minha garganta… Tornando-se finitos…

E denunciam incapacidade flagrante!

Diante da impossibilidade angustiante, não há palavras que bastem…

Elas não são suficientes para expressar a grandiosidade de qualquer infinito.

Elas faltam, limitam e falseiam…

Mas, onde findam as palavras, as imagens vêm… E socorrem

Imagens abrem portais de novas possibilidades.

Elas mantém vivo o infinito, permitindo que ele não se acabe.

Sobre a imagem da arte

rascunhando

Essa imagem me veio durante um processo interno bem pessoal… Foi um processo de muito incômodo por não conseguir expressar em palavras o que eu sentia ou pensava. Isso me frustrava muito porque eu queria me expressar, eu queria passar o que estava ali borbulhando dentro de mim, mas não conseguia e não sabia o motivo.

É claro que o motivo mais óbvio era sempre simplesmente uma inabilidade na fala. Eu sempre amei escrever… mas falar sempre foi um terreno um pouco mais delicado… Em geral as pessoas diziam que eu me expressava bem, mas eu não sentia isso, pois estava sempre titubeando e me perdendo nas 1.001 interferências do que eu pensava e sentia. No íntimo, eu sempre sentia uma enorme confusão.

Até que um dia me dei conta de que, para além de uma habilidade pouco desenvolvida, minha capacidade de fala não tinha  agilidade e clareza para dar vazão ao fluxo intenso dos meus pensamentos e sentimentos. Meus pensamentos e ideias se movem tão rápido que a fala não consegue acompanhar, ordenar e organizar. E, ao mesmo tempo, meus sentimentos são tão vastos, densos e, por vezes  nebulosos, imprecisos e até contraditórios e confusos, que é uma missão árdua expressá-los verbalmente. Não há tradução suficiente apenas pelas palavras!

Definindo contornos

O vasto sentir e pensar desembocando no falar

Eu sempre amei externar esses furacões que me habitam, pois isso sempre foi muito terapêutico… Por isso, a escrita sempre foi a minha modalidade preferida quando se trata de expressão verbal. Porém, com o tempo, entendi que o conforto que ela me traz  tem muito a ver com a disponibilidade de tempo e maturação dos pensamentos e sentimentos que essa modalidade oferece.  Com ela, eu posso organizar esses universos internos e abstratos que me habitam a fim de materializá-los de uma forma um pouco mais tangível e compreensível. Posso demorar… Posso escrever, apagar… Reescrever e apagar novamente… Formular e reformular quantas vezes forem necessárias!

Não é fácil traduzir esses infinitos abundantes que me inquietam… São muitos sentimentos… São muitos pensamentos…Eles pulsam! Eles transbordam… Às vezes convergem, às vezes divergem, às vezes me iluminam, às vezes dão curto-circuito. E agora dá para entender porque a palavra escrita é tão mais confortável que a falada… A fala é mais imediata e exige uma rapidez que torna a expressão desses vastos mundos um desafio e tanto.

Onde a palavra falta, a imagem fala

De qualquer forma, uma coisa descobri: por mais amor que eu tenha pela palavra, não importa se escrita ou falada, ela nunca terá o alcance de uma imagem… A psique fala por imagens… E cada imagem é também um infinito de sentido e significado e, por isso, ela jamais findará qualquer infinito, pois ela própria é infinita.

O infinito dos pensamentos

 

 

O infinito dos sentimentos

Convido você a visitar o podcast “Ouvindo o Feminino”, espaço de reflexão que eu e minha amiga, também psicóloga, Aline Deus, cuidamos com muito carinho. Lá conversamos sobre os capítulos do livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, de Clarissa Pinkola Éstes –> https://open.spotify.com/show/4cK9LSUsCoyzjOJuiLAavk?si=9095893dda8b4c12

Com amor,

Maria Fernanda.

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