Postado por

04
jan
2020

No estúdio onde tenho aula de desenho

Esse mocinho deu muito trabalho… Rs… Demorei 8 aulas para finalizar! Tinha hora que eu já não aguentava mais ver a cara dele…rsrsrs. Mas, apesar do longo tempo, adorei o resultado!

Mãos, para que te quero?

Bom, pra começar tive que reproduzir mão pela 1ª vez… E -vamos combinar- não é qualquer mão…! São mãos em posição razoavelmente difícil de reproduzir e com vários anéis… Eu poderia ter ignorado esses detalhes mas, do jeito que sou, não ia querer mesmo “passar batida” pelos anéis e fingir que eles nem estavam ali. Missão dada é missão cumprida – ou pelo menos tentada (kkk)! Não foi fácil, foi um baita desafio, errei e apaguei diversas vezes, mas no final até que saiu direitinho.

Riqueza de detalhes

Dá pra notar que ele não é um mocinho tão discreto… Se era para caprichar nos detalhes, esse aí levou a sério…

Não bastava ser só um chapéu e uma blusa colorida, tinha que ser “O” chapéu e “A” blusa! Rs. São peças com muitas cores e muitos grafismos detalhados, o que torna o desenho bem mais complexo. Mas, como missão dada é missão cumprida -ou enlouquecida- , cumpri (mas quase fiquei louca…rs). Posso até não ter enlouquecido, mas certamente fiquei bem cansada física e mentalmente. Confesso, porém, minha parcela de responsabilidade e faço aqui minha mea culpa, mas a lição foi aprendida e relato a seguir.

Um pouco do processo

A perfeição é inimiga da fluidez

Se a pressa é inimiga da perfeição, a perfeição é inimiga da fluidez. Calma, eu explico minha tese.

A certa altura do desenho eu estava toda dura, travada, cheia de dores na mão, braço, pescoço, coluna simplesmente porque eu queria reproduzir fielmente cada detalhe. Ok querer dar o melhor de si, mas travar um processo em nome de uma perfeição que mais vai atrapalhar do que ajudar não faz sentido algum e o resultado final provavelmente seria praticamente o mesmo. Eu me vi querendo reproduzir quadradinho por quadradinho da blusa e totalmente estressada e impaciente com isso. A sorte é que isso não durou tanto tempo. Logo eu vi (com a ajuda do meu professor) que eu poderia retratar os detalhes de maneira muito mais fluida, representando os grafismos com efeitos bem próximos do real. Claro que esses detalhes ricos não foram perfeitamente reproduzidos, mas o efeito criado dá uma sensação próxima à da figura usada como referência, no geral, e o processo ganhou muito mais fluidez e dinamismo.

Então, ao invés de tentar fazer algo milimetricamente calculado, quadrado por quadrado, o que me traria mais chateação do que resultado e prazer, eu passei a fazer linhas em zigue zague, fazendo efeito parecido ao real, o que me devolveu o prazer do processo que estava travado. Bom, trocando em miúdos, quando a gente fica sedento por perfeição é muito comum que nosso perfeccionismo nos deixe estagnados e desmotivados em algum ponto.

Quanto mais perfeição queremos, mais o ideal torna-se inatingível e maior é a possibilidade de frustração. Portanto, pode ser que algo não esteja perfeito, mas mantenha-se em movimento. Movimento é processo, é vida, é fluxo! Esperar a perfeição é adiar o processo… Adiar a vida… Por isso gosto tanto daquele dizer: “Antes feito que perfeito”. Quem espera fazer perfeito, dificilmente faz. E quem faz, apesar de imperfeito, aprende muito mais! Afinal, a gente aprende experimentando, colocando em prática, vi-ven-do!

A vida é imperfeitamente perfeita!

São as imperfeições que fazem dela tão perfeita!

O resultado final – adoravelmente imperfeito.

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