Vida-morte-vida
A todo instante a vida acontece
A morte também
Onde a vida padece
A morte vai além
A vida flerta com a morte
Enquanto há vida, há riscos!
Mas a morte ama tanto a vida
Que sem ela, pobre morte não existe…
Afinal, o que é viver?
O que é morrer?
Até onde se vive?
A partir de onde se morre?
A vida inaugura a morte
Desde o primeiro instante de vida
Muitas mortes acontecem
E a grande morte é sempre uma possibilidade
O temido gran finale!
Entre uma e outra
células morrem… e se renovam…
palavras se calam… e se refazem…
idéias se acabam… e se transformam…
histórias chegam ao fim… e recomeçam…
Anos se encerram… Outros se iniciam…
Etapas são concluídas… Novos desafios se apresentam…
O Universo se retrai… E se expande…
A cada momento um “eu” se despede
O que estava preenchido se esvazia
Abre-se espaço para o desconhecido
Um novo “eu” se anuncia!
Todo fim marca um grande início
A morte representa o fim
Que transforma partes em mim
Dando início à nova vida
Morte e vida não se separam
Elas se complementam
Num interminável suceder
É preciso morrer para renascer!
A história do desenho
Visualizei este desenho no estúdio de tatuagem, quando retocava a minha tatoo antiga e desbotada.
Eu, na cadeira do tatuador, procurando me distrair com a infinidade de imagens que qualquer estúdio de tatoo ostenta, enquanto sentia a agulha contornando minha pele. Foi quando me deparei com uma caveira e nela fixei. Algo me atraiu por aquela caveira (e olha que nem sou do tipo que adora esse tipo de desenho). Era uma simples caveira, mas não consegui tirar os olhos dela por um longo tempo.
Fixei nas cavidades vazias do crânio e adentrei fundo no vazio. Mas eis que minha mente fantasiosa preencheu cada buraco negro de vazio árido dos “olhos” da caveira com pura fertilidade. E, de repente, naquela caveira comum e morta, a vida nasceu! E comecei a “viajar” no simbólico de tudo isso…
Um feto ocupando cada espaço vazio daqueles globos oculares… E a caveira se tornou viva!
Era uma morte dando início à vida… Era um fim dando lugar ao início… E logo pensei que nossa vida inteira é repleta de mortes e vidas, começos e recomeços. A vida é cíclica e não para… A tão temida morte é só mais um início de algo novo… E eu consegui enxergar poesia (e vida) na morte! Ciclos que se fecham e recomeçam, infinitamente… Vida-morte-vida…
E a interseção de tudo isso???
Ahhh… Tudo aquilo que a gente aprende!!! (Ou você já morreu e nem sabe?!?! Rs)
A vida é um eterno morrer para renascer…!
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