A prática de ioga em cima do tapetinho definitivamente é apenas uma pequena representação do universo da ioga.

Porém, esses instantes são tão enriquecedores que não podemos jamais subestimá-los.

Os ásanas, por exemplo, que representam um dos passos da ioga e a prática mais característica do tapetinho, podem parecer simples reprodução de posturas, mas trazem ensinamentos profundos de VIDA.

Enquanto estamos ali, naquela posição, quantas coisas acontecem! 

É preciso romper a inércia e ir um pouco além do lugar onde a preguiça e a acomodação nos deixam ir, sem romper, contudo, os limites saudáveis do nosso corpo. A postura deve ser firme, porém, confortável – como dizia meu professor. 

É necessário encontrar nosso ponto de equilíbrio para nos manter firmes na postura, mas também é necessário ter serenidade e gentileza consigo mesmo toda vez que esse eixo é perdido e o corpo se desequilibra, pois assim o retorno ao nosso centro torna-se mais rápido e mais leve.

É necessário requisitar todos os músculos necessários e relaxar aqueles que não precisam ser tensionados, achar os pontos de força e relaxamento de cada posição.

É preciso aceitar e se contentar com aquilo que podemos fazer no momento, sabendo que a cada dia, com a prática, podemos avançar um pouquinho mais.

É preciso estar atento e consciente de todo nosso corpo, nossa respiração, nossa mente e nossas emoções. 

O importante é o momento de agora, sem pressa de atingir um fim específico, sem pressa do próximo passo. O objetivo não é a performance, mas a construção da prática em si, buscando o NOSSO melhor,  sem nos comparar com os outros, mas apenas com nós mesmos. O ponto de referência somos nós. Os sentidos de percepção devem ser voltados para dentro, para o nosso centro.

“(…) a essência da ioga não tem a ver com exibições externas, mas com o cultivo interno.

Mantenha a atenção dentro, não fora, sem se preocupar com o que os outros vêem, mas sim o que o Eu vê.” B. K. S. Iyengar

Além de oferecer conexão e cuidado para com o veículo terreno que guarda nossa alma – nosso corpo –, podemos entrar em momentos meditativos profundos através dos ásanas. E através deles é possível praticar todos os fundamentos da ioga, porque nada é separado.

“O iogue sabe que o corpo físico não é somente o templo da Alma, mas o meio pelo qual iniciamos a jornada interior em busca do nosso centro.” B. K. S. Iyengar

É uma prática de consciência, auto percepção, auto conhecimento, persistência, paciência, serenidade, equilíbrio, firmeza, leveza, integração, conexão, união e… vida! 

Afinal, precisamos ou não precisamos de tudo isso para vivermos de forma saudável e plena a vida?!

“O equilíbrio não se limita ao corpo. O equilíbrio no corpo é o fundamento do equilíbrio na vida. É preciso encontrar equilíbrio em qualquer posição ou em qualquer circunstância da vida. O equilíbrio é o estado do presente: aqui e agora.” B. K. S. Iyengar

As dificuldades que surgem diante dos ásanas são também as dificuldades que encontramos no nosso dia a dia.

As virtudes que buscamos na prática de ioga são também aquelas que precisamos conquistar diante das posturas que assumimos na vida e diante de todos os desafios e dificuldades que a vida apresenta… 

O auto aprimoramento constante que perseguimos na prática da ioga representa o auto aperfeiçoamento que buscamos diante dessa linda prática incessante chamada v.i.d.a.

Ioga é ou não é vida?!